Logotipo Redesenha

Reflexões

Como a humanidade chegou até aqui
imagem Cmo a humanidade chegou até aqui

Entender como nossa humanidade chegou até aqui pode nos ajudar a mudar o curso do que vem sendo feito. Pelo que tudo indica, é grande a possibilidade do mundo entrar em um colapso, considerando aspectos sociais, econômicos e ambientais. Trazendo para o nível individual, também não está fácil para a maioria das pessoas. Porém, muitos de nós estão saindo de uma visão de mundo mecanicista-materialista, que nos trouxe até aqui, para uma visão sistêmica. E é com essa visão que poderemos evitar o colapso. Vemos melhores saídas para problemas quando os olhamos sob uma perspectiva diferente da que tínhamos quando o criamos. Um olhar de fora, de cima.

[ continue lendo... ]

Para saber o caminho até aqui, vamos descrever brevemente um pequeno relato da história considerando as mudanças de visões de mundo.

Há 100.000 anos, o homem era animista. Havia uma profunda conexão com a Natureza, com os ritmos e com a energia espiritual. O homem se sentia integrado à Natureza, como se houvesse uma membrana permeável entre o dentro e o fora. Com o passar do tempo, o homem foi enxergando a si mesmo como separado. Seguimos de certa maneira alinhados, mas passamos a ser o centro. Isso foi há 10.000 anos, quando passamos a ser animistas humanistas. Historicamente foi o advento Greco-romano, quando ocorreu a explosão da Igreja e do Ego. Aristóteles e sua filosofia da Eudaimonia estava presente. A sabedoria era reconhecida como a virtude principal para a felicidade, acompanhada de bens externos, como a saúde, a riqueza e a beleza.

Até que há 400 anos atrás uma série de eventos culminaram no que chamamos de pensamento mecanicista-materialista: a revolução científica, o pensamento racional, o grande valor atribuído às necessidades materiais. Tudo isso valorizou o consumismo, o egoísmo e o individualismo, levando às atuais crises ambientais e sociais. O homem passou a se ver completamente isolado da Natureza e essa virou recurso que serve apenas para satisfazer os valores da época.

No século vinte vários cientistas fizeram descobertas sobre o funcionamento do Universo e uma nova visão de mundo, quântico - complexa, começou a surgir. Albert Einstein, Erwin Schrödinger, Max Planck, Ilya Prigogine, Fritjof Capra, Carl Jung, Ken Wilber, Satish Kumar são alguns desses novos cientistas e pensadores deste século, que trazem um olhar relacional entre as partes.

O caminho não é voltar para a visão de mundo animista, mas sim chegar a autoconsciência de que fazemos parte de um todo, não com ser isolado, mas como parte que exerce influência e é influenciado pelo externo. Uma mentalidade inclusiva, que entende o dinamismo da vida e as inter relações sistêmicas que acontecem, em todos os níveis: simplificadamente resumidos como: Ser (indivíduo), Comunidade (os outros) Natureza (meio ambiente).

O Ser passa a ser visto integralmente tendo seus aspectos físico, mental, emocional e espiritual considerados. A comunidade, nossas relações externas, também exercem influências sobre nós e o contrário também é verdadeiro. São outras pessoas, instituições, cultura, as leis. No caso de empresas também estão nossos clientes, stakeholders, fornecedores. A Natureza é o meio que nos cerca, que não é mais visto como um recurso mas como um parceiro, que tem valor além do monetário. A conexão empática com o que nos relacionamos passa a ter igual valor ao pensamento racional.

Não é uma negação à razão, mas um convite para que além dela busquemos outras fontes criativas para a solução dos problemas e para as novas criações. Criações inspiradoras, criativas e benéficas para os demais níveis.

Esse novo paradigma não é apenas benéfico para o ambiente, para a sociedade lá fora ou para a economia. Precisamos entender que todos tiramos proveito de um mundo mais harmônico, amoroso e feliz, onde o significado de viver vai além de gerar lucros exorbitantes criando falta para outros. Nossa felicidade também está na qualidade de nossas relações conosco e com o próximo.

A chuva que cai em uma cidade e não é infiltrada para o metrô e o trem, lota o ônibus, mas também carrega carros. Você consegue ver onde você se relaciona com tudo isso? Te mostraremos no próximo texto.

Texto inspirado no artigo: Essential Steps towards a regenerative mindset, de Giles Hutchins, em The Nature of Business, February 3, 2023.

Um pouquinho de nossa história - Como nós chegamos até aqui
imagem Um pouco da nossa história

Somos duas amigas com um sonho comum: ver negócios e projetos prosperarem de forma criativa e inovadora, sob uma lógica onde o sucesso é também medido considerando os impactos para a sociedade e o meio ambiente.

Nossa jornada profissional parece não seguir uma trilha lógica. Temos experiências muito variadas, quase uma colcha de retalhos, porém muito bem costurada e que abraça muitas áreas do conhecimento. Nossa curiosidade, responsabilidade e capacidade de aprender rápido possibilitou experiências em diversos setores e consequente desenvolvimento de um olhar sistêmico.

[ continue lendo... ]

Cristiane é paulistana. Tem no sangue descendência indígena, portuguesa e espanhola. Se formou como Engenheira Agrônoma no interior de São Paulo onde fez mestrado em produção de plantas medicinais e teve experiências em comunidades ribeirinhas e indígenas. Desde pequena queria estar mais próxima da natureza, seguindo um outro ritmo mais orgânico. Montanhas, árvores, água corrente fazem parte de suas boas lembranças de infância.

Trabalhou como auditora de produtos orgânicos e boas práticas agrícolas em uma certificadora, mesma época em que teve experiência como produtora de hortaliças. Foi executiva em multinacional tendo uma função regional - fazia a ponte entre a matriz e os países da América Latina. Lá trabalhou por 10 anos, época que fez um MBA em Gestão de Negócios. Quando, em 2016, sua inquietação por iniciativas inovadoras a levou a um mestrado na Inglaterra em Ecological Design Thinking. Um olhar ecológico, sistêmico e para o coletivo foi consolidado. Quando voltou trabalhou como consultora de Inovação, aplicando especialmente o Design Thinking como ferramenta. Teve experiências em diversos setores: saúde, banco, seguradora, educação, energia, contact center o que a levou a trabalhar em uma Venture como Gerente de Design de Jornada de Pessoas, no setor de Contact Center e Tecnologia.

Também trabalhou no terceiro setor como pesquisadora em Agricultura Regenerativa, em sistemas com base agroflorestal e raízes antroposóficas. Atualmente dá aula de Horticultura Regenerativa mobilizando a população para o plantio de hortas caseiras.

Paula nasceu em Campinas, neta de japoneses, filha de mineira e de paulista. É a terceira filha de quatro filhos. Sua descendência é do arquipélago de Okinawa, conhecida como a “terra do imortais”, devido à longevidade de seus moradores. Muita sabedoria herdada em relação à saúde do corpo, da mente e do espírito.

Paula fez quatro anos de Arquitetura e Urbanismo, focando sua formação em Design. Conheceu o mundo do cinema e vídeo e se encantou. Sempre foi multifacetada: ao mesmo tempo que trabalhava em projetos sociais fez carreira como cinegrafista e produtora. Durante os 15 anos de carreira nessa área, quando era diretora de produção e diretora executiva, dedicou-se paralelamente aos projetos sociais. Sua versatilidade e capacidade de reinvenção a tornou uma profissional resiliente e com muitas habilidades.

Desde 2012 voltou a atuar como designer, agora com uma bagagem e um olhar social ampliado. Formou-se em Gestão em Recursos Humanos e fez uma especialização em Gestão em Terceiro Setor, além de uma pós-graduação em Inovação em Tecnologia Educacional e um MBA em Gestão Estratégica em User Experience. Sempre buscando unir e aplicando esses conhecimentos em prol de impacto social. Paula tem uma queda por projetos que beneficiam o ser humano e o meio ambiente.

Em 2020, durante a pandemia iniciou um trabalho voluntário no coletivo Designers do Povo, e desde então participa ativamente da alavancagem de pequenos negócios em várias organizações.

MANIFESTO
Imagem Manifesto

O bem-estar, uma vida digna e feliz deveriam ser acontecimentos simples, mas dentro do nosso contexto tornou-se algo complexo.

O trabalho deveria ser uma atividade onde as pessoas expressem seu potencial de criatividade, onde desenvolvam relações significativas ao terem um objetivo em comum e que provesse um sustento digno.

[ continue lendo... ]

A realidade é que muitas pessoas têm atividades fragmentadas e automatizadas, cada uma com objetivos distintos e muitas não conseguem um sustento. Falta recurso para a maioria, sobra para a minoria. Minoria essa que ultrapassa os limites do meio ambiente através de hábitos insustentáveis. Questões totalmente inerentes ao sistema e sociedade que construímos até aqui.

E o que cada um tem a ver com isso? Temos a ver a medida que enxergamos o problema e buscamos mudar isso. E por que não começarmos a construir uma história mais criativa, dinâmica e feliz, onde os seres vivos importam?

Uma nova visão de mundo, sem excessos para alguns e falta para a maioria. Sem supervalorização de alguns em detrimento da saúde do ambiente. Que tal uma sociedade onde os indivíduos importam? O a vida da maioria das pessoas não têm menor valor que a ganância de uma minoria. Sabemos que comunidades inteiras estão desaparecendo por nos tornarmos indiferentes e negligentes.

Assim, nosso manifesto é um apelo para:

Que sejamos capazes de manifestar o amor em nossas vidas, nos nossos negócios, em nossas relações.
Que sejamos sensíveis para desenhar soluções que impactam positivamente todos os seres vivos.
Que todas as experiências de vida sejam valorizadas e que sejamos criativos e corajosos para aplicar o que sabemos.
Que sejamos flexíveis e fortes para sair da zona de conforto e realizar mudanças.
Que sejamos íntegros para manter alinhado nosso coração, mente, corpo e espírito.
Que tenhamos clareza mental e visão sistêmica para olhar a realidade sem auto engano e que sejamos corajosos para contestar como as coisas são feitas e fazer diferente.
Que nosso processo seja leve e empolgante.
Que nossa capacidade de imaginar e realizar nos leve para o futuro que sonhamos.
Que usemos nossa liberdade e autonomia com responsabilidade.

Por um final próspero para todos. Que sejamos agentes de mudanças positivas.